Divulgação
O câncer de cólon retal é uma preocupação em todo mundo. Com índices avançando em pessoas com menos de 50 anos, a doença é a causa da morte da cantora Preta Gil, ocorrida no último dia 20 de julho. O câncer de cólon, também chamado de intestino grosso, pode causar sintomas como sangue nas fezes, anemia, perda de peso e alteração da frequência de evacuação.
Preocupado com o cenário, o presidente da Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia (SGG), Dr. Guilherme Sander, faz um alerta. “No ano de 2024, Porto Alegre teve o câncer digestivo como a primeira causa de mortalidade precoce (entre 30 e 69 anos) pelos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), totalizando 400 óbitos. Se considerarmos as mortes em nível geral, é a segunda causa, pois registrou 950 óbitos, perdendo somente para as doenças degenerativas do sistema nervoso”, revela.
No contexto nacional, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente o câncer colorretal é a terceira neoplasia mais prevalente no Brasil, com aproximadamente 45 mil novos diagnósticos anuais. A incidência é similar entre homens e mulheres, predominando após os 50 anos, com taxa de risco estimada em 21 casos por 100 mil habitantes.
Fatores de risco e medidas preventivas
Entre os principais fatores de risco para cânceres do trato digestivo, destacam-se:
• Idade avançada
• Histórico familiar
• Obesidade
• Consumo de alimentos ultraprocessados, especialmente carnes processadas
• Baixo consumo de frutas, verduras e fibras
• Tabagismo
• Infecção por Helicobacter pylori (para câncer de estômago)
• Hepatites B e C (para câncer de fígado)
• Consumo abusivo de álcool
O especialista enfatiza medidas preventivas essenciais:
• Adoção de estilo de vida saudável
• Abstenção do tabagismo
• Redução do consumo de álcool
• Dieta balanceada rica em frutas, vegetais e fibras
• Manutenção de peso adequado
• Prática regular de exercícios físicos
Incidência
O Rio Grande do Sul é um dos estados de maior incidência de câncer no país. De acordo com as projeções do INCA, os casos aumentaram cerca de 14% nos últimos três anos. Grande parte desse aumento se deve ao envelhecimento populacional e à manutenção de fatores de risco. Conforme observado, o câncer colorretal continua em ascensão, especialmente em homens, onde ultrapassou próstata em frequência em 2020.
Casos relacionados ao aparelho digestivo, somando:
•Cólon e reto: 3.120
•Estômago: 1.080
•Esôfago: 1.150
•Pâncreas: 990
•Fígado: 1.000
“Além dessas medidas, é fundamental realizar vigilância endoscópica periódica, com exames como colonoscopia e endoscopia digestiva, e buscar orientação médica imediata ao apresentar quaisquer sintomas que interfiram na qualidade de vida”, recomenda o Dr. Sander.
Sobre o Dr. Guilherme Sander
Com quase três décadas de reconhecimento e atuação de destaque na área da saúde, o médico gastroenterologista assumiu em março deste ano, a presidência da Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1997, o doutor fez residências médicas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e, em 2002, foi aprovado como especialista em gastroenterologia. Com mais de 100 trabalhos publicados e 955 citações em artigos científicos internacionais, Sander é hoje um dos 47 médicos do Brasil que podem realizar a cirurgia de Gastroplastia Endoscópica. Atualmente, é sócio titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia e gestor da Unidade de Saúde Digestiva do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, além de médico executivo da Comissão de Medicamentos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde 2004.
